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Entrevista com Larissa Ramos - Projeto Sem Olhar a Quem
Nome: Larissa Ramos
Idade: 16 anos
Cidade: Bagé, Rio Grande do Sul
O que estuda: Técnico em informática no IFSul campus Bagé
Onde trabalha e função: Integrante do grupo Sem Olhar A Quem e estagiária na biblioteca do IFSul Campus Bagé
Fale um pouco sobre vocês : Somos um grupo novo, temos apenas dois meses de funcionamento mas acredito que alcançamos um índice bem alto na nossa comunidade escolar, até bem mais do que esperávamos, temos um grande apoio da nossa instituição, dos nossos professores e técnicos em geral.
O grupo tem 23 voluntários, além de professores e colaboradores de fora, nesses dois meses realizamos duas atividades, a primeira foi as Cartas da Casa do Papai Noel de Bagé, atendemos a 16 cartinhas de crianças carentes que faziam pedidos de cestas básicas, material escolar, leite e fraldas. Dessas 16 crianças, 5 delas fazem parte do nosso projeto de “Apadrinhamento”, onde realizamos doações de itens básicos a estes meninos e meninas.
A segunda atividade, foi a ida a Vila Vicentina, uma das casas de repouso para Idosos de Bagé. Preparamos um “pic-nic” para as Vovós, com música e poesia. Além disso, houve uma troca de experiência, onde elas contaram histórias de suas vidas para nós e demos a ela a nossa atenção. Faremos visitas mensalmente a elas, pois nos tornamos seus netos adotivos.
Estamos com muitos projetos em andamento, além de prestar ajuda a crianças e idosos, estamos buscando contribuir para o bem-estar dos animais e meio ambiente onde vivemos.
Grêmio Estudantil: Como surgiu a ideia do projeto “Sem Olhar a Quem”?
Larissa Ramos: O grupo surgiu pela iniciativa de três alunas do campus. Queríamos uma educação não só acadêmica, mas algo além, que pudesse nos completar como ser humano, que nos proporcionasse experiências para levar para a nossa vida. Pensamos em grupo que atendesse a uma educação social criada somente por alunos, uma construção que se encaixasse as nossas expectativas.
Equipe "Sem Olhar a Quem.
Grêmio Estudantil: Como funciona o projeto? Quem pode participar?
Larissa Ramos: Buscamos essencialmente ajudar e dar apoio a pessoas que realmente precisem. Não só fora do nosso campus, mas também dentro dessa comunidade escolar que vivemos. Escolhemos espaços em que podemos atuar de forma produtiva, sempre pensando em fazer uma troca de experiências.Todos os alunos podem participar, assim como técnicos e professores, fazendo doações, participando das nossas campanhas e atividades.
Grêmio Estudantil: Quais as dificuldades enfrentadas para tocar um projeto desses? Qual a motivação?
Larissa Ramos: Uma grande dificuldade que encontramos foi a questão da aceitação das instituições a nossa ajuda. Muitas entendem trabalho voluntário, como um trabalho remunerado, ou querem apenas doações em dinheiro. Foi uma grande dificuldade, por que procuramos muitas instituições e ajuda que eles pediam era um funcionário que não precisasse de pagamento no final do mês. A nossa grande motivação, foi saber que tínhamos apoio dos alunos e da nossa instituição, e também por que acreditamos em algo melhor para as pessoas que estão a nossa volta, dar apoio a elas e fazer com que elas percebem que terão sempre um grupo pronto para ajudá-las.
Grêmio Estudantil: Quem vocês ajudam? Qual a transformação que atitudes como a de vocês pode propiciar na vida dessas pessoas?
Larissa Ramos: Nós ajudamos, crianças carentes, com doações. A Vila Vicentina- casa de repouso para idosos-. O NPBA- núcleo de proteção bageense aos animais-, com arrecadações de renda, almoços beneficentes, pedágios solidários. A APAE Bagé, que é uma casa de apoio para crianças com necessidades especiais.Realizando recreações, almoços solidários, criando poesias com eles, etc. O nosso objetivo principal sempre foi demonstrar a quem ajudamos que existem pessoas que sempre estarão presentes quando elas precisarem, dar ajuda e apoio, seja ele material ou moral. Não digo transformar a vida dessas pessoas, mas dar e elas perspectivas de melhora, mostrar a elas que elas podem procurar evoluir, transformando a si próprio
Piquenique na Vila Vicentina. Como não continuar proporcionando momentos como esses aos nosso idosos?
Grêmio Estudantil: Houve alguma experiência em particular que chamou a atenção de vocês? Conte-nos um pouco!
Larissa Ramos: Teve sim. Quando entregamos os presentes das cartinhas, uma família nos chamou atenção. Era a de um menino recém-nascido, na qual a sua mãe tinha escrito a carta pedindo leite e fraldas. Chegando lá, nos deparamos com a mãe da criança separando material reciclável com o bebe ao lado, dentro de uma caixa de papelão. Ela relatou que não tinha berço, então improvisava, também que estava desempregada e que já devia tanto na mercearia do bairro, que o dono não vendia mais fiado pra ela. Ela falou uma frase que me chamou atenção “ eu já nem sabia mais como eu ia comer, por que eu só tenho um pouco de arroz e feijão. Meu filho nunca usou fraldas descartáveis e as roupas que ele tem são doadas por vizinhos”. Nós atendemos ao pedido dela, além disso levamos uma cesta básica. Esta criança, hoje em dia tem recebido doações de roupas, fraldas leite e alimentos. A mãe do nosso afilhado sempre nos recebe com um sorriso no rosto e nos chama de madrinhas do filho dela.
Grêmio Estudantil: Quais são suas expectativas com relação ao projeto? Podemos esperar novas ações?
Larissa Ramos: Queremos ampliá-lo não apenas a atividades, mas também estamos nos organizando para apoiar campanhas na nossa cidade, relacionadas a Saúde, realizando divulgação de como é importante exames como o pré-natal, a importância do aleitamento materno, promover encontros que debatam a questão da AIDS, também divulgar órgãos da nossa cidade que ofereçam apoio a mulher. Nessa semana de volta as aulas, colocamos em prática um desses projetos, que foi o “Trote solidário” do nosso campus, um plantio de árvores realizado pelos calouros e os veteranos.
Organizamos o Natal Solidário, onde conhecemos diversas historias de vida!
Alguns momentos inesqueciveis.
Grêmio Estudantil: Qual a importância da conexão entre educação e ação social? O que ainda precisa ser feito?
Larissa Ramos: Quando criamos o grupo, criamos esse laço com a educação, onde trocamos ela com outras pessoas. A criação do nosso grupo nos mostrou que a educação vai além de uma sala de aula e um professor, que ela pode ser criada com gestos e atitudes, e que o ensino que essas pessoas podem nos proporcionar é uma grande perspectiva para um futuro com respeito ao mundo, no nosso caso a educação nos abriu portas.
Valeu galera do “Sem olhar a Quem” por topar participar aqui da nossa entrevista e parabéns pela iniciativa! Desejamos a vocês tudo de bom e que atitudes como essas possam ser imitadas pelos jovens de todo país! Podem contar com o nosso Grêmio Estudantil!
Agora, deixem aqui seus contatos.
Facebook: www.facebook.com/SemOlharAQuem
Email pra Contato: gruposemolharaquem@outlook.com.br
Galera do "Sem Olhar a Quem " no Natal Solidário!
